As visitas de monitoramento são uma parte importante do processo de Apoio do Instituto Rio aos Projetos em execução. É por meio delas que podemos conhecer melhor os espaços nos quais as atividades são realizadas e conversar com os coordenadores dos projetos sobre o andamento de cada projeto.
O dia 31 de maio de 2016 foi todo voltado aos projetos na Cidade de Deus, com o início do Saberes Itinerantes, com palestra sobre envelhecimento, além de apresentação do grupo MisturIdade da Cidade de Deus e o almoço coletivo promovidos pela CEDISA – Centro de Santa Ana. Foi possível conhecer a reforma na Casa de Geralda, com o novo espaço de fisioterapia e atendimento. Além disso, foi uma ótima oportunidade para comemorar os 25 anos da organização!
Figura 1 - Almoço com participantes do projeto Saberes Itinerantes, com palestra sobre envelhecimento,
na Casa de Santa Ana, coordenada pela Maria de Lourdes Vieira (à direita).
Figura 2 - Cristina Eledá (do Grupo Jongo Eledá) aproveitando o som da bateria MisturIdade, da Cidade de Deus.
Depois foi possível conhecer um pouco do ritmo agitado de um dia de produção de sarau de um dos projetos do grupoPoesia de Esquina, o Poesia Itinerante, com a Viviane Salles.
Figura 3 - Viviane Salles, do grupo Poesia de Esquina
No Sarau deste dia o grupo fez a estreia do “Palavrão”, a Kombi que agora circula pela cidade e participa dos eventos. As reuniões com os alunos de duas das escolas parceiras no projeto apoiado pelo Instituto Rio, o Poesia de Esquina nas Escolas, já estavam agendadas e logo as oficinas de poesia com as crianças e adolescentes teriam início. A terceira escola fará seu ciclo de 5 oficinas depois das Olimpíadas. Em uma das escolas já existe o Coletivo Mirim de Poetas e muitos dos participantes fazem parte deste grupo, o que fortalece ainda mais o trabalho do Poesia de Esquina e a relação com a escola.
Depois de caminhar um pouco pela Cidade de Deus, foi possível sentir o gostinho de ficar no espaço da Web Radio CDD, da ASVI - Associação Semente da Vida da Cidade de Deus, que você pode sintonizar pelo link: http://webradiocdd.org.br/
O grupo de jovens, que já está envolvido nos projetos da ASVI desde o ano passado, darão um suporte aos novos integrantes durante o processo de criação dos programas temáticos para a Web Radio CDD. A capacitação técnica para uso da web rádio e discussões temáticas, escolhidas pelos jovens, está em andamento e será seguida pelas capacitações de diagramação e encontros nas escolas para a produção dos programas para a rádio. Segundo a Mirian, representante da ASVI, os jovens estão muito animados e empenhados nas atividades.
Figura 4 - Mirian de Andrade, da ASVI
A visita seguinte, no dia 09 de junho de 2016, foi em outro ponto da Zona Oeste, mais precisamente para conhecer o novo espaço da organização Defensores do Planeta, acolhida pela associação de moradores, e conversar com o Mauro Pereira e Carmen Moreira e seu trabalho desenvolvido junto às escolas e agricultores familiares na Serra do Mendanha, o Sementes do Mendanha. O projeto trabalha com a valorização da agricultura familiar na região e também na promoção da saúde dos agricultores e consumidores, conscientizando todos sobre o uso nocivo de agrotóxicos e as diversas possibilidades de uma agricultura mais saudável.
Os parceiros da Fiocruz já estavam coletando amostras de sangue dos agricultores e crianças para identificar quem precisa de cuidados especiais por contaminação decorrente dos agrotóxicos. A associação de agricultores também está em formação e a capacitação nas escolas está prevista para ter início um pouco mais adiante, mas alguns dos canteiros de horta já estão em funcionamento.
Figura 5 – Mauro Pereira (Defensores do Planeta), Gabriela Aguiar (Instituto Rio) e Carmen Moreira
(Defensores do Planeta)
A visita seguinte foi em Santa Cruz, mais especificamente em Paciência, um dos locais de treino do ISCE – Instituto Santa Cruz de Esportes, que promove aulas de judô para as crianças nas escolas parceiras do projeto Centro de Iniciação Esportiva II – Agora nas escolas. Como conta Rafael Barbosa, diretor do ISCE, as aulas têm feito muito sucesso e a primeira escola já conta com 150 alunos fazendo aulas 3 vezes por semana. A escola pediu para que eles aumentassem o número de aulas por causa da grande procura. As outras duas escolas terão início das aulas de judô após as Olimpíadas.
Um dos novos movimentos do instituto é a retomada do contato com ex-alunos, que já passaram da faixa etária atendida pelo projeto, como o Mayron Pereira, que agora volta como professor e conta como tem se realizado nesta função. Essa chamada de retorno ao projeto é importante, como eles explicam, pois oferece uma possibilidade de atuação profissional e realização pessoal para adolescentes e jovens como pouco acesso a esses programas.
Figura 6 – Rafael Barbosa e Mayron Pereira (da esquerda para direita)
na sala cheia de troféus do ISCE - Instituto Santa Cruz de Esportes
Já no dia 06 de julho, foi a vez visitar o projeto Curta Rio das Pedras, do Coletivo Elas da Corrente, o primeiro apoiado pelo Instituto Rio em Rio das Pedras, em Jacarepaguá, e conversar com a Danieli dos Santos. O projeto tem movimentado os jovens de Rio das Pedras com Saraus e projeção de filmes seguidos por debates, além das oficinas de câmera já em andamento. A seguir o grupo de cerca de 15 adolescentes e jovens receberão oficinas de roteiro e farão uma ida conjunta ao cinema, pois vários deles ainda não tiveram essa experiência.
O coletivo também tem realizado ações em parceria com outros dois grupos do local, a Roda Cultural Rio das Pedras, que faz sarau com RAP e o Cine Roque. A escola tem sido uma grande parceira, com empréstimo do equipamento e do espaço para as oficinas.
Figura 7 – Danieli Santos, do Coletivo Elas da Corrente, de Rio das Pedras
O dia seguiu com batucadas e conversa com a mestra jongueira Cristina Eledá e Ana Caroline Araújo, Associação Grupo Afro Cultural Jongo Eledá, na Vila Valqueire. Aos poucos a família de Cristina, que participa ativamente das Rodas de Jongo que acontecem todas às 5as foram se aproximando. Expandiram as Rodas para os domingos, no mesmo horário, das 15h às 20h.
As atividades do projeto Jongo Eledá – Oficinas e Mesa Redonda, como o próprio nome indica, estão previstas para terem início em agosto, com a História do Jongo e da África, Dança, Canto, Trança e a própria Roda. Mais adiante serão realizadas também as oficinas de Cultura, Culinária, Percursão e Criação de Instrumentos. Valeu a pena conferir também a nova geração, com Cintia e Miguel, já acompanhando o ritmo, e parabenizar Cristina pelo Prêmio Ações Locais, da Secretaria Municipal de Cultura, recebido em maio.
Figura 8 – Cristina Eledá (primeira à direita, sentada), suas irmãs, sobrinhos e Ana Caroline Araújo, que estuda e acompanha o grupo há alguns anos.
No mês de agosto demos continuidade às visitas de monitoramento dos projetos em execução, atualmente apoiados pelo Instituto Rio, para conhecer melhor os espaços nos quais as atividades são realizadas e conversar sobre o andamento de cada projeto.
No dia 02 de agosto de 2016, pudemos visitar dois projetos bem diferentes. No primeiro, fomos recebidos pelo Marcelo Santos, do CEAP – Centro de Articulação de Populações Marginalizadas, no local de grande parte das atividades da organização, a Praça da Merck, na Taquara.
Figura 9 – Marcelo Santos (CEAP) na Praça da Merck, na Taquara
O Instituto Rio esteve presente em um dos eventos do projeto Jacarepaguá Afrocultural, o I Encontro de Comunicação Comunitária da Zona Oeste (APA4), no Centro Cultural Profª Dyla Sylvia de Sá, em maio.
Figura 10 – Gabriela Aguiar (Instituto Rio) apresenta a Universidade Comunitária da Zona Oeste no I Encontro de Comunicação Comunitária da Zona Oeste
Agora eles seguem com as programações das rodas de conversa e palestras de Combate ao Racismo e a Intolerância Religiosa por vários pontos do Rio de Janeiro.
Mais tarde seguimos para visitar a sede da JAMDS - Associação Beneficente Jurema Amor nas Mãos para Deficientes e Surdos, em Paciência. Lá encontramos a equipe e as voluntárias produzindo e organizando materiais para a Feira de Artesanato prevista para o sábado seguinte.
Da sede fomos ao encontro da Jurema Duarte e da animada turma do Curso de Iniciação de Libras, no Posto de Saúde, que faz parte do projeto de formação de intérpretes de Libras, Mãos que Falam com Amor. Foi muito bom aprender um pouco – bom, pelo menos a pedir um café sem açúcar!
Figura 11 – Professora voluntária e Jurema na aula de Libras da JAMDS
Também descobrimos que a Jurema foi convidada para levar a tocha olímpica no dia seguinte, como reconhecimento de sua liderança da zona oeste!
Figura 12 – Jurema pronta para carregar
a tocha olímpica
No dia seguinte, fomos visitar o canto colorido e aconchegante das Mulheres de Pedra, em Pedra de Guaratiba, repleto de artesanatos, avisos de oficinas de tranças, eventos musicais e uma charmosa hospedagem com alguns quartos ocupados. Fomos recepcionados pela Leila de Souza Netto e várias meninas da equipe.
Figura 13 – Coletivo Mulheres de Pedra
Contaram um pouco sobre as atividades do projeto SolidArte II - trançar caminhos femininos através da economia solidária, a preparação para o Festival de Economia Solidária, as oficinas de Teatro Feminino Negro – Performance e Contação, que estão sendo preparadas para outubro, e o sucesso do evento VIVAS Mulheres Negras em Festa, com o Lançamento do Livro "Histórias de Leves Enganos e Parecenças" (da escritora Conceição Evaristo). O sucesso foi tamanho que levaram o VIVAS para o Museu Da Justiça e também para a Caixa Cultural.
A integração com os outros apoiados também tem dado bons frutos, na apresentação do VIVAS, com a presença da Cristina Eledá:
Figura 14 – Integração Jongo Eledá e Mulheres de Pedra
no evento VIVAS!
No dia 10 de agosto, fomos ao Museu Casa Bumba Meu Boi Em Movimento, da organização Raízes de Gericinó, que fica no Catiri, Bangu.
Figura 15 – Auricélia Mercês (Raízes de Gericinó) no Museu Casa Bumba Meu Boi
Além de mostrar o espaço do museu e contar um pouco da história do Bumba Meu Boi e de como ela trabalha para manter viva a cultura popular que sua família trouxe do Maranhão, Auricélia Mercês, mostrou as fotos do Arraial Flor da Roça, que foi um sucesso e das outras atividades já realizadas, como a participação na 14ª semana Nacional de Museus.
As aulas de capoeira para as crianças e jovens seguem a todo vapor pelo projeto Museu Casa Bumba Meu Boi, e agora também contam com aulas de jiu-jitsu no espaço. Estão ainda previstas palestras para o segundo semestre – fique de olho na programação da Universidade Comunitária!
Mas não pararam por aí. Articulados com a associação de moradores e, depois de um abaixo-assinado, estão vendo uma quadra de esportes ser construída, pela Prefeitura, em frente ao Museu.
De lá fomos conhecer um pouco o espaço do Centro Cultural História Que Eu Conto, em Vila Aliança, Bangu, e recebidos pelo Samuca (também conhecido como Samuel Araújo), a Rosiani Lau Pacheco, a Agatha Leite e a estagiária do CCHC, a Jéssica.
Figura 16 – Samuca, Rosiani, Jessica e Aghata, todos do CCHC, e Gabriela, do Instituto Rio.
Eles contaram animados sobre a evolução da companhia de teatro com cerca de 40 jovens e as oficinas socioeducativas semanais, ações que fazem parte do projeto Cia de Teatro Facilitadores da Paz. Já fizeram apresentação no Raízes de Gericinó, há uma prevista no ISCE, em Santa Cruz, e devem estreitar ainda mais a relação com o pessoal do Cine Oeste, que também tem anunciado suas atividades na agenda da Rede da Universidade Comunitária da Zona Oeste.
Em breve mais notícias sobre os apoiados de 2016 e também sobre os antigos apoiados do Instituto Rio!